Resenha de “Os inúteis” na Quatro Cinco Um

“Com uma prosa cristalina e refinada, o autor troca as entrelinhas pela exposição completa dos mecanismos narrativos. A força dos contos, portanto, não se dá no término, e sim no seu desen-rolar. No acúmulo de situações es-drúxulas. Com isso, o absurdo é neutralizado pelo excesso de dados e acasos improváveis. A tragédia risível se torna, assim, uma parábola inesgotável.”

Ler resenha de Guilherme Pavarin.

Os Inúteis, lançado no Brasil

os inúteis João Guilhoto

Os inúteis“, nova obra de ficção do autor português João Guilhoto, é um conjunto de contos inventivos, com um pé na distopia, acometido por um tom que sabiamente oscila entre o estoico e o pueril. Ao longo de histórias improváveis, ou nem tanto assim, o autor procura tecer com uma pena universal enredos que resvalam em temáticas centrais ao mundo contemporâneo: a guerra, a produtividade, o afeto, o dinheiro. Nesse universo fantasioso, mas nem por isso improvável, personagens instigantes, caricaturas precisas e cenários políticos aterrorizantes convivem, ilustrando inexoravelmente essa ode à inadequação que João Guilhoto, dando sequência a sua obra já prenhe de inventividade e ousadia, realiza.

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Rasto de espuma

“Em sete capítulos, como as sete notas capazes de guardar todos os sons do mundo, o poeta João Guilhoto apresenta o seu novo livro “Rasto de espuma”, em que traz a poesia à luz da dicotomia de um mundo no qual separam-se, como opostos, os conceitos do concreto e do abstrato. Assim como a eletricidade, o sol, a noite, o coração, a poesia de Guilhoto revela a vida como rasto de espuma na areia molhada, algo que existe apenas por um breve instante, e some sem deixar vestígio, naquilo a que chamamos universo. Nas palavras do prefaciador Ronaldo Cagiano, são as questões existenciais a seiva que alimenta este livro, em que o poeta nos revela uma outra dimensão das coisas, navegando o texto neste mar que une o tangível e o percebido, o visível e o onírico. Sobretudo, o poeta investiga o poder de atração dos corpos, o dele próprio, o do ser amado, tão concreto como todas as coisas / tão abstrato como todas as possibilidades. É isto, a poesia de João Guilhoto precipita-se — precipita-nos — ao limite da nossa própria consciência, e da própria existência, essa liberdade da flor que a leva a murchar mesmo que o sol brilhe, uma tarde sem receio quando temos um mundo ainda por inaugurar. Deste mergulho fundo nas questões sem resposta, nas dúvidas eternas que passam longe da ciência, João apenas nos adverte: está quase a começar o tempo das grandes despedidas.”

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